
O terremoto de 8,9 graus na escala Richter que sacudiu o nordeste do Japão,gerou um tsunami que alcançou áreas da cidade de Sendai, onde imagens da emissora de TV local mostram que a água arrastou carros e atingiu edifícios.
O Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico, dos EUA, emitiuum alerta que vale para toda a costa do Atlântico, exceto para as partescontinentais de EUA e Canadá.Risco para o Brasil é mínimo, mas existe.
Onda gigante devastaria cidades costeiras da Paraíba,invadindo lugares com até 10 km de distância do litoral. Os autores da idéia são os geofísicos Steven Ward (Universidade da Califórnia em Santa Cruz) e Simon Day (University College de Londres). Eles publicaram em 2001 no periódico"Geophysical Research Letters" uma simulação mostrando o que aconteceria se entrasse em colapso uma parte do vulcão Cumbre Vieja, no arquipélago das Canárias, a menos de 200 km da costa noroeste da África.
Uma avalanche de 500 km3 de terreno dentro do oceano elevaria a água cerca de 900 m, concluíram os computadores de Ward e Day. A oscilação se propagaria em ondas sucessivas, cada vez menores, por todo o Atlântico. Fora as ilhas, o primeiro estrago seria sentido uma hora depois na costa africana, com tsunamis de 50-100 m.
No que toca ao Brasil, o estrago ocorreria seis horas depoisdo colapso do vulcão. Iria de Fernando de Noronha e da Paraíba até o Amapá. Ondas de 4 m a 18 m se abateriam sobre capitais como Fortaleza, Natal, João Pessoa e São Luís. Vários pesquisadores brasileiros conheciam a pesquisa de Ward e Day e a mencionaram logo após a tragédia na Ásia. Um dos primeiros foi o físico Celso Pinto de Melo, da Universidade Federal de Pernambuco, que escreveu um artigo para o informativo "Jornalda Ciência".
Melo afirmava no texto que as probabilidades de um eventodesses seriam "minúsculas", mas que, na escala geológica de tempo(milhões de anos), até as coisas mais improváveis acabam acontecendo. Lembrouque a vila de São Vicente, no litoral paulista, foi assolada em 1542, poucoapós sua fundação, por ondas que se supõe tenham alcançado 8 m de altura eavançado 150 m terra adentro. Um dos poucos cientistas interessados em tsunamis no Brasil é o geofísico peruano Jesús Berrocal, 66, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP. Ele está preparando para as usinas nucleares de Angra dos Reis (RJ) um estudo sobre o risco de tsunamis na costa leste do Brasil e agora foi convidado a apressá-lo.
Além disso, vai participar em Portugal de um evento em memória dos 250 anos do terremoto de 1755 em Lisboa, em que a maioria das mortes teria sido causada pela onda gigante que se seguiu -o único grande exemplo de tsunami no Atlântico. Segundo Berrocal, o risco de uma tsunami no Brasil "é muito pequeno, mas não é zero".
Acontece que terremotos no fundo do mar não são a única razão para o surgimento de um tsunami. Quedas de meteoros e erupções vulcânicas também podem gerar ondas gigantes. Nesses casos, a força do tsunami depende do tamanho do material que é arremessado ao mar. Se você acha que escapamos mais uma vez, engana-se. O pesquisador Steven Ward, da Universidade da Califórnia, é autor de um estudo sobre o impacto que uma erupção do vulcão Cumbre Vieja poderia causar nas Américas. O vulcão está localizado na ilha La Palma, no arquipélago das Ilhas Canárias, perto da costa africana.
De acordo com Ward, uma próxima erupção pode fazer parte dailha deslizar e cair no mar. Essa queda produziria uma energia tão grande que,em poucas horas, ondas gigantescas se formariam e destruiriam várias ilhas do Caribe, alguns estados americanos e o Norte e Nordeste brasileiros. “Ninguém sabe ao certo quando o Cumbre Vieja pode entrar em erupção”, diz o pesquisador americano. “Ele entrou em colapso há 550 mil anos.
Desde então, reconstruiu-se e pode estar voltando novamente ao fim de seu ciclo.” Como o Brasil não tem sistema de alarme de tsunami,moradores e turistas seriam pegos de surpresa, repetindo as cenas trágicas queaconteceram no último ano na Ásia. Nem tão fantástico. O geofísico Steven Ward acredita que um tsunami pode,sim,chegar ao Brasil
1. Pontapé inicial
Uma erupção do vulcão Cumbre Vieja, na ilha La Palma,jogaria no mar um pedaço de terra com 500 km3.
A queda provocaria a formação deondas gigantes
2. Comprida para danar
O intervalo entre uma onda e outra seria de apenas 10minutos. Logo que começassem a se formar, cada uma delas teria 120 quilômetrosde comprimento
3. Primeiro alvo
Em apenas 1 hora, as ondas chegariam a uma velocidade de 720km/h e atingiriam a costa do Marrocos com elevações de 100 metros
4. Reta final
Enquanto viajam pelo mar, as ondas perdem velocidade e ficammenores em comprimento. Já a altura cresce à medida que elas se aproximam dacosta
Nossos cartões-postais seriam bem diferentes
A. Belém - Embaixo d’água
As ondas seriam fatais para cidades baixas, como a capitaldo Pará. “A parte mais alta de Belém tem só 30 metros de altura. O famosoMercado Ver-O-Peso, por exemplo, ficaria encoberto por água”, diz José GeraldoAlves, do centro de geociências da Universidade Federal do Pará
B. Jericoacoara - Adeus às dunas
As ondas arrastariam estruturas sem raízes fixas, comobancos de areia. Uma energia tão grande quanto a de um tsunami faria em minutoso trabalho de anos do vento e é bem possível que as dunas fossem varridas domapa
C. Fernando de Noronha - Matança animal
A vida marinha no arquipélago, atingido em cheio, seriamuito afetada. O impacto da água poderia destruir os corais e, com isso,modificar todo o ecossistema. Dezenas de espécies de animais poderiam morrer.Entre eles, muitos golfinhos, símbolos do local
D. Porto de Cabedelo, Hotel Tambaú e Estação Ciência
Os primeiros lugares que registraria o impacto devastador daonda gigante, seria as construções do Porto de Cabedelo, Moinho Dias Branco, HotelTambaú e Estação Ciência, Cultura e Artes.
Sem Disney World
O Brasil não será a única vítima das ondas gigantes nasAméricas. O tsunami também pode levar à destruição das ilhas caribenhas e dealguns estados americanos, como a Geórgia e a Flórida, que serão atingidos novehoras após o início do tsunami. Destruição nacional. As ondas que atingiriam o Norte e o Nordeste teriam 20metros de altura e 6 quilômetros de comprimento. “Elas levarão tudo o queestiver perto da costa. Em locais onde a topografia é baixa, podem alcançar até10 quilômetros território adentro”, diz Steven Ward
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